O passado em chamas
O Museu Nacional é uma instituição autônoma vinculada a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por ter esse vínculo tem um perfil acadêmico e científico, foi criado por D. João VI, em 06 de junho de 1818 e inicialmente, sediado no Campo de Sant’Ana, serviu para atender aos interesses de promoção do progresso cultural e econômico do país.O museu completou esse ano 200 anos de história.Mas infelizmente uma tragédia ocorreu nesse domingo dia 02.09.2018. Grandes lavaredas de fogo tomaram conta desses 200 anos, consumindo quase totalmente todo o rico acervo histórico e suas estruturas,danificado com rachaduras, desabamento de sua cobertura, além de quedas de lajes internas.Graças a Deus não teve nenhuma vítima do incêndio, além da história brasileira.
Ainda não se sabe o que ocasionou o início do incêndio mas a Polícia Civil abriu inquérito e repassará o caso para que seja conduzido pela Delegacia de Repressão a Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, que irá investigar se o incêndio foi criminoso ou não.
Em seu acervo existia mais de 20 milhões de itens, destacavam-se, em exposição: a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I; a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina; as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais; o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizada de “Luzia”, na coleção de Antropologia Biológica; nas coleções de Etnologia tinham expostos objetos que mostram a riqueza da cultura indígena, cultura afro-brasileira, culturas do Pacífico e na Zoologia a coleção de Conchas, Corais, Borboletas, que compreende o campo de invertebrados em geral e, em especial, dos insetos. Esses e vários outros itens faziam parte de todo nosso passado, contado em pequenos itens de suma importância e fascinação.
Penso em como tragédias assim estão ocorrendo frequentemente, estamos perdendo o pouco da nossa história guardada para nossos filhos, netos e bisnetos. Temos que preservar o máximo todo esse conteúdo, todas as coisas importantes que eles merecem conhecer, pois infelizmente a sociedade está perdendo o amor pelo passado, está focando muito em futuro, em revolução, mudança e mudança… O passado é um ensinamento que poucos conhecem. Todos temos um passado, todos compartilhamos de um histórico, mesmo que em diferentes aspectos, e é esse histórico que nos faz reconhecer o quanto evoluímos ou o quanto precisamos melhorar.
Infelizmente não tive a oportunidade de conhecer o museu, queria ter visto de perto esse mundo guardado em uma casinha, e futuramente levar meus filhos, sei que essa experiência seria única, mas infelizmente não tive a oportunidade e nem eles terão, como muitos. Temos que lutar para que governadores, vereadores, prefeitos e presidentes zelem pelos patrimônios, que invistam, que cuidem e monitorem para que tenham qualidade em seu funcionamento e segurança em suas instalações, pois antes de olharem para o futuro, comecem olhando e aprendendo com o passado, valorizem isso.
Pouco a pouco o passado está ficando esquecido, desmerecido, ultrapassado.Mas devem pensar “se é passado deixe para trás, não vai acrescentar nada em seu futuro”. Mas se pararmos para pensar o ser humano só evoluiu porque olhou para o passado e viu que poderia melhorar, o ser humano só efetua mudanças porque lá no passado foi criado a obra-prima para isso. O passado é o começo, e para se ter um meio e fim precisa-se de um começo, por isso o valorize e toda história gerada por ele.
Não deixem que queimem nossas histórias, não deixem apagar todo conteúdo que as futuras gerações precisarão conhecer, preservem a história, a arte, os patrimônios de nosso país, que particularmente acho a maior riqueza que temos, esse país lindo de conteúdos mil, diversidade maravilhosa e lugares extremamente fabulosos, preservem isso, preservem o simples,o belo em leveza,a vida em pouco!
A maior riqueza que um país pode ter é sua História preservada e contada!
#nãoapaguemnossahistória
